Desde o ano de 2009, o Emergency Care Research Institute (ECRI) coleta dados próprios e de outras organizações que trabalham em prol da segurança do paciente, a fim de prover uma lista anual com as principais questões-chave para o tema.
Em 2017, a partir da coleta desses dados, o ECRI elaborou uma lista com 10 quesitos importantes a serem discutidos e solucionados pelas instituições e profissionais envolvidos na assistência a saúde. Além da lista, em seu relatório o ECRI apresenta algumas recomendações que podem contribuir para aumentar a segurança do paciente nesses 10 quesitos:
- Gerenciamento da informação dos prontuários eletrônicos
- Encorajar profissionais dos setores de tecnologia da informação da instituição a participarem de capacitações na área de segurança do paciente;
- Compreender as capacidades e potenciais falhas do sistema de prontuário eletrônico para a segurança do paciente – elas devem ser compartilhadas com toda a equipe.
- Deterioração clínica do paciente não identificada
- Empreender esforços no desenvolvimento de estratégias para que condições como sepse, complicações pós-cirúrgicas, entre outras, sejam reconhecidas prontamente, assim como já acontece com quadros de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral.
- Implantação e utilização de ferramentas de suporte à decisão clínica
- Supervisão multidisciplinar, treinamento e monitoramento da eficácia de alertas nos sistemas de prescrição contribuem para o uso adequado dessa ferramenta e, consequentemente, resultam em uma melhor decisão clínica.
- Emissão e acompanhamento de laudos e resultados de exames
- Avaliar os sistemas de emissão de laudos e resultados de exames para averiguar se os mesmo possibilitam e facilitam o acompanhamento do paciente.
- Monitoramento da administração de antimicrobianos
- Identificação do paciente
- A identificação do paciente deve envolver tanto profissionais de saúde, quanto profissionais de outros setores;
- É importante identificar e solucionar as barreiras que impedem a identificação segura do paciente;
- Mostradores eletrônicos, pulseiras de identificação do paciente e sistemas de código de barras podem ser usados para aumentar a segurança do paciente.
- Administração e monitoramento de opioides em quadros agudos
- Implantar melhores práticas de prescrição, dispensação e administração de medicamentos opioides;
- Melhorar processos de identificação dos pacientes em uso desses medicamentos;
- Utilizar sistemas de gerenciamento por código de barras, sempre que possível;
- Realizar dupla checagem independente.
- Questões de saúde mental em serviços de saúde não específicos para a saúde mental
- Avaliar todos os pacientes para que os profissionais possam detectar possíveis necessidades de acompanhamento e tratamento de transtornos de saúde mental;
- Capacitar os profissionais de saúde da equipe para que estejam aptos a reconhecer os primeiros sinais de mudança no quadro de saúde mental do paciente e para saber como responder nesses casos.
- Indicação e posologia dos novos anticoagulantes orais
- Estabelecer protocolos clínicos para prescrição, dispensação e administração desses medicamentos, especificando as doses para cada uma das indicações;
- Desenvolver alertas no sistema de prescrição eletrônica para aumentar a segurança na utilização desses medicamentos (ex.: alertas de duplicidade de prescrição, erros de dosagem, etc.).
- Inadequação dos sistemas ou processos organizacionais de aperfeiçoamento da segurança e da qualidade
- Adotar estratégias proativas de revisão de processos e protocolos;
- Identificar rotineiramente falhas e erros nos processos;
- Apoiar a adoção de uma “cultura justa”, valorizando o aprendizado no lugar de uma abordagem punitiva.
O relatório completo pode ser acessado em: Top 10 Patient Safety Concerns for Healthcare Organizations for 2017
Por Raissa Carolina Fonseca Cândido