A digoxina é um glicosídeo cardíaco indicado para o tratamento da insuficiência cardíaca congestiva e de algumas arritmias cardíacas, como a fibrilação atrial1. Contudo, após a realização de estudos que observaram uma possível associação entre o uso do medicamento em pacientes com fibrilação atrial e maior mortalidade, o uso da digoxina tem diminuído, sendo recomendado somente para pacientes com algumas condições clínicas específicas2.
A digoxina possui índice terapêutico estreito e está listada como um medicamento potencialmente perigoso (Ver lista) devido ao seu risco aumentado de provocar danos significativos quando há falhas em sua utilização. Sua prescrição para mulheres grávidas, pacientes idosos e pacientes com insuficiência renal deve ser cuidadosamente avaliada devido ao alto potencial de causar danos nesses pacientes3.
Segundo um levantamento realizado pelo ISMP Espanha os erros mais comuns relacionados a digoxina ocorrem na prescrição do medicamento e no acompanhamento dos pacientes durante o tratamento. A ausência ou falha no monitoramento dos pacientes em uso de digoxina pode resultar em erros de dosagem em função, por exemplo, da falta de ajuste conforme a função renal do paciente. Além disso, falhas nas transições de cuidado e erros na administração do medicamento pelo próprio paciente ou familiares podem causar danos significativos ao paciente.
A ausência ou falha no monitoramento da função renal, de eletrólitos e dos níveis de digoxina, bem como na conciliação medicamentosa pode resultar na administração de uma dose inadequada do medicamento aumentando o risco de ocorrer um quadro de intoxicação por digoxina. São sintomas do quadro de intoxicação: letargia, confusão, náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, distúrbios visuais (ex.: visão turva) e arritmias cardíacas4.
Diante disso, o ISMP Espanha elaborou algumas recomendações com o objetivo de prevenir erros de medicação associados ao uso da digoxina e auxiliar na implantação de práticas seguras no uso desse medicamento. As recomendações concentram-se em três eixos principais:
- Implantar práticas seguras na prescrição e acompanhamento do tratamento com digoxina;
- Assegurar uma conciliação medicamentosa cuidadosa nas transições de cuidado;
- Fornecer informação verbal e escrita aos pacientes sobre seu tratamento.
Para ler todas as recomendações, acesse: Recomendaciones para la prevención de errores de medicación
Por Raissa Carolina Fonseca Cândido